Dos melhores quadrinhos: Fracasso de Público
Por Márcia Lira em
Sabe quando você trava na leitura, e uma hora se dá conta de que há meses não abre um livro? Para quem se se encontra nessa situação, e resolvê-la é uma meta para 2013, eu recomendo: recomece por Fracasso de Público. Você naturalmente vai entrar no ritmo da leitura, eu me responsabilizo. É uma série em quadrinhos com três volumes: Heróis Mascarados e Amigos Encrencados, Desencontro de Titãs e, o último, Adeus, todos escritos pelo Alex Robinson.
Conheci graças a Rick (A Prancheta), que insistiu para que eu pegasse emprestado os dois primeiros volumes. Se não fosse ele, talvez Sherman, Jane, Ed, Stephen, Irving e Dorothy tivessem passado por mim sem que eu percebesse. Antes de começar a ler, só sabia que tinha um personagem que trabalhava em livraria, com todas as agruras que isso traz.
Fracasso de Público aborda o dia a dia de um grupo de amigos em Nova York e seus dramas pessoais, recortes de suas comédias e tragédias. É difícil dizer o que é mais legal na série, se é a identificação automática com os personagens: jovens adultos batalhando para se sustentar, sem querer perder os sonhos de vista. Problemas universais, individualismo, as angústias da geração, está tudo lá.
Ou talvez o melhor seja a quantidade de referências, quando os personagens citam músicas, livros, gírias, acontecimentos históricos, é muito contemporâneo. A forma de contar a história é muito envolvente, as cenas de cada quadrinho. A narrativa é dividida em histórias menores, que vão deixando a gente a par da vida de cada um.
Tem o drama de Sherman na livraria e os meandros dos seus relacionamentos com as mulheres. Ao mesmo tempo, o conflito e a distância do amigo Ed, um quadrinista tentando uma chance nos estúdios, que se envolve numa briga judicial por direitos autorais, ajudando o autor ranzinza, Irving Suna. Ed é uma espécie de alter-ego de Alex Robinson.
O casal da quadrinista Jane com o professor de história Stephen, e a evolução do relacionamento deles. Sem falar de Dorothy, a gatona que apronta muitas confusões. Você vai se envolvendo tanto com eles, que dá muita saudade quando o último livro, Adeus, está chegando ao fim. É como se fosse o fim de uma série. Inclusive, a trama toda me lembrou muito Friends.
Uma das coisas que eu mais gosto é quando os personagens são colocados lado a lado para responder a uma mesma pergunta, e você vai comparando. É como se de repente estivessem em um tak show, e diante da câmera, cada um tem uma reação diferente.
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3 comentários
AUTOR
Márcia Lira
Márcia Lira. Jornalista. Social Media. Especialização em Jornalismo Cultural. Fundadora do Menos1naestante há 14 anos. E-mail: marcialira@gmail.com.
"É difícil dizer o que é mais legal na série, se é a identificação automática com os personagens: jovens adultos batalhando para se sustentar, sem querer perder os sonhos de vista. Problemas universais, individualismo, as angústias da geração, está tudo lá."
Fiquei com vontade.
Vale a pena!
Já li o 1º volume da série. Gostei muito, um HQ adulto, bem escrito e com abordagem de problemas do cotidiano/universal, tratando das angústias de escolhas profissiionais, de uma forma bem humorada e séria. Não vejo a hora dos outros 2 volumes chegarem em minha caixa de correspondência (estão na lista para leitura em 2013). Uma boa dica é ler e se divertir.Amei a sua resenha, como sempre nos deixa curioso para a leitura. Abraço carioca.
Espero continuar fazendo isso, um abraço 🙂
Márcia, esqueci de te dizer!!!! Eu comprei o volume único lá fora e ameeeeeeei!
Devorei!
Ficava me policiando pra prestar atenção nos traços e desenhos e não sair lendo feito uma abestalhada; funcionou médio.
Mas foi uma ótima dica! Gostei demais e recomendo pra todo mundo!
Pooooxa, que coisa boa *-*
Gostei! Mais um que merece uma espiada.