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[Resenha] A cidade inteira dorme, de Ray Bradbury

Por Márcia Lira em 31/05/2016


Gif A cidade inteira dorme
A coletânea de 13 contos A cidade inteira dorme, de Ray Bradbury, é o livro mais esquisito que eu me lembro de ter lido, no sentido mais maravilhoso que isso pode ter.
Nele eu finalmente encontrei o tão cultuado e amado escritor norte-americano, que viveu entre 1920 e 2012.  E posso adiantar que se você é fã de literatura fantástica, pode beber dessa fonte sem ressalvas.
A minha primeira incursão na obra do autor foi com o mais famoso de todos Fahrenheit 451, publicado em 1953. Distopia clássica obrigatória para quem ama leitura justamente por abordar um mundo em que os livros são proibidos e queimados pelos bombeiros, com o objetivo de manter a sociedade adestrada.
>> Mais sobre a minha leitura de Fahrenheit 451.
É uma história inquietante e bem escrita, mas deixou na minha cabeça um “é só isso?” quando fechei a última página. Culpa também da alta expectativa acumulada. Fica bem aquém da complexidade de um Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, por exemplo. Outro livro frequentemente listado quando o assunto é distopia.
Livro A cidade inteira dorme
A leitura
Confesso que quase emperrava na leitura porque os primeiros contos são bastante melancólicos, inclusive três deles acontecem num contexto em que o planeta Marte e seus habitantes estão integrados à terra – e eu tenho descoberto que não curto muito narrativas espaciais e afins.
>> Assista ao clipe da música Fuck me, Ray Bradbury, homenagem tosca da comediante Rachel Bloom.
Até que chega o conto que dá nome ao livro, e o coração quase pula da boca quando você acompanha a narrativa.  A Cidade inteira dorme se passa numa “pequena cidade muito distante de tudo, cercado por rio e uma floresta e uma campina e um lago”, onde o Solitário está à solta estrangulando mulheres.




O mais fenomenal nesse conto é como uma ida de três mulheres solteiras ao cinema numa noite de uma cidade pacata vira um triller de suspense mesmo que pouco aconteça de fato. O não dito é o mais intrigante.
 
O Homem Ilustrado

O homem ilustrado

Versão isolada de O Homem Ilustrado, um dos melhores contos do livro.


Poderia comentar todos os contos aqui, mas elegendo alguns destaques tenho que falar de O Homem Ilustrado também, capaz de impressionar os mais ávidos fãs de O Senhor dos Anéis e de Game of Thrones.
Metido num casamento falido e julgado gordo demais para armar tendas, William Philippus Phelps decide tatuar todo o corpo e vira atração local. Só que os desenhos mostram o seu futuro.

Ele voltou ao parque de diversões naquela noite, inebriado de terror e júbilo. Ah, como a velha bruxa da poeira o havia enchido de desenho e cor. Ao final de uma longa tarde sendo picado por uma cobra prateada, seu corpo ganhou vida com os desenhos.”

E por aí vai. Descobri inclusive que há um filme de mesmo nome baseado no conto, do ano de 1969 [assistam ao trailer abaixo]. A história chegou a ser publicada sozinha.

Referências
Outro que me levantou muita curiosidade foi o de título As frutas no fundo da fruteira, sobre um homem que tenta obsessivamente encobrir um crime numa residência.
A peculiaridade é que o assassino se chama William Acton e a vítima tem o nome Huxley, que só pode ser uma homenagem ao escritor de Admirável Mundo Novo. Imagino que a história seja uma referência a algum fato ou confronto de ideias ou de linhas literárias, mas infelizmente não consegui captar qual (quem souber, por favor).
Há ainda o conto A Hora Zero, que me remete diretamente ao ótimo filme A Fita Branca (Michael Haneke, 2009), cheio de crianças bizarras. É como bem descreve o linguista Carlos Vogt no prefácio:

Em vários desses contos estão ausentes elementos da ficção científica, substituídos por alucinações e desejos obsessivos que se introduzem no cotidiano – como o sótão que subitamente surge na casa da protagonista de O alçapão, materializando recônditas fantasias”.

Ao terminar de ler A cidade inteira dorme, fiquei impressionada com a maestria com que Ray Bradbury consegue usar as palavras para levar a nossa imaginação num lugar tão longe quanto familiar. É um livro pra se apaixonar pelo autor e uma forma muito digna de começar a leitura da sua obra.
>> Despedida de Diogo para Ray Bradbury
Deixo aqui um grande abraço ao amigo Diogo Monteiro, que me emprestou e recomendou esse livro. 🙂
Nota: 4/5
Editora: Editora Globo, 2008.
Páginas: 194
ISBN: 978852504377I
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3 comentários

AUTOR

Márcia Lira

Márcia Lira. Jornalista. Social Media. Especialização em Jornalismo Cultural. Fundadora do Menos1naestante há 11 anos. E-mail: marcialira@gmail.com.

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  • Léia disse:
    09/08/2016 às 19:08

    Vi no insta do blog e desde então entrou para a minha listinha.

    Responder
    • Márcia Lira disse:
      28/08/2016 às 21:06

      É um livro esquisito e provocador, vale a pena demais. beijos

      Responder
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