Resenha O Grande Gatsby
Por Márcia Lira em
Expectativa é uma coisa problemática, principalmente se for alta. Isso serve pra tudo na vida, mas vou me limitar aos livros. Você pode ser o tipo de leitor que devora todo livro que lhe cai à mão. Ou você pode ser como eu, que não consegue ter essa disponibilidade toda e escolhe bem antes de entrar numa leitura. O ruim disso é que geralmente eu não espero pouco do livro, ainda mais quando é um clássico como O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald.
Desde que me entendo de gente, ouço falar do livro, e aos poucos fui nutrindo essa vontade de conhecer Gatsby. Essa história que teria todo o glamour dos anos 20, as roupas, as festas, os romances. Quando assisti ao filme Meia-Noite em Paris, onde Fitzgerald é bem representado, decidi que tiraria o livro da estante o quanto antes.
O verão de 1922 na cidade de Long Island, em Nova Iorque, é o cenário onde Nick Carraway chega e tudo acontece. Ele é o vizinho de Jay Gatsby e sua mansão de belo jardim, famoso pelas festas extravagantes que reúnem as melhores comidas e bebidas, a fim de divertir pessoas de todas as regiões, que chegam sem nunca terem sido convidadas, ou conhecer o anfitrião.
A história se desenrola nesse clima e em torno de quem, na verdade, é Gatsby. Lendas urbanas não faltam sobre ele e ao longo das páginas, a gente vai descobrindo o que é verdade. Como disse uma amiga, o livro é menor que as altas expectativas. Esperava muito mais do clássico. Não é surpreendente na história, não é surpreendente na forma de contá-la. Mas acho que vale a pena lê-lo despretensiosamente, que é o que eu queria ter feito.
Depois de acabar, é claro que eu fui ver o filme com Leonardo di Caprio e Carrey Mulligan, e adorei. Não, não quer dizer que o filme é ótimo, mas quer dizer que o filme é bem fiel às cenas que o livro descrevem, o que é sempre o êxtase para qualquer leitor. Fora o tom modernoso das músicas e tudo mais, claro. Agora ficou difícil pra mim dizer se a experiência é assim tão boa pra quem nunca teve nenhum contato com os causos de Gatsby.
Quero muito saber o que vocês acharam dos dois.
Nem as maiores lufadas de fogo e vento seriam capazes de competir com aquilo que um homem pode guardar em seu coração etéreo.
Ah, e atenção para a importância de ler livros com boas traduções. Quando postei no Instagram essa foto de um trecho de O Grande Gatsby, edição da Penguin, Catarina se deu conta como era pior a tradução do mesmo livro que ela estava lendo, edição da LP&M. Pra você ter ideia, o mesmo trecho grifado acima virou:
Não há intensidade de ardor ou de euforia que possa desafiar aquilo que um ser humano é capaz de armazenar em seu fantasmagórico coração.”
Diferença do mal, héin?
Fotos são daqui. A última é minha.
3 comentários
AUTOR
Márcia Lira
Márcia Lira. Jornalista. Social Media. Especialização em Jornalismo Cultural. Fundadora do Menos1naestante há 14 anos. E-mail: marcialira@gmail.com.
Esse peso do clássico é fogo, né? Vou procurar esses outros contos dele pra ver.
Oi Marcia!!!!
Oba 🙂 quero ler o livro, vi o filme e gostei bastante!!! (o final é o mesmo?! hahahaha)
E também, nutri a vontade de ler depois de me encantar com Meia Noite em Paris!
obs: nem me fale nessas traduções 😡 tive problemas com a coleção do Percy Jackson, nunca vi tanto erro num livro só!
beijãozão*
É, eu pouco me ligava nas traduções, mas agora vou ter cuidado. As histórias são exatamente as mesmas, o filme é uma transcrição enfeitada, digamos assim 🙂
Márcia, me tira uma duvida: este livro, a tradução feita pela L & PM não esta boa? É isso? Bjs.
Olá, Léia, acredito que isso seja pessoal, mas particularmente achei que a tradução da L&PM empobreceu o trecho do livro.
Embora tenha gostado de Gatsby, pra mim Suave é a Noite é muito melhor.
O difícil é passar pela primeira parte, que é meio monótona, mas a 2ª e a 3ª são sensacionais.
Márcia, você vai ler Essa Valsa é Minha, da Zelda?
Deu vontade, mas tem tantos na frente da fila ainda. 🙂
Eu gostei mais da maneira como a história é contada do que da história em si. Mas gostei bastante do livro – e nunca vi nenhuma adaptação cinematográfica.
Cada leitor um mundo, né?
Amo ler, mas não consigo levar nada que acho chato até o final, por isso escolho bem minhas leituras, se não, acabo parando no meio.
Ainda não li The Great Gatsby, mas vi o filme. Gostei da história, mas o grande carro chefe ali é o visual absolutamente fantástico.
Whaaaaaat? Que loucura esse lance da tradução. Muuuito diferente mesmo, e logo da LP&M, uma das minha editoras favoritas =/ Acho que vira um lance tipo dublagem de filme, não tem muito o que fazer a não ser que você tenha acesso ao original.
Entre a tradução da Penguin e da LP&M, prefiro a desta última.
Eu gostei do livro, mas não vi o filme
Márcia, não criei muita expectativa sobre o Gatsby, porém quando o li fiquei com a impressão de que não era tão bom assim e não entendia o porquê de ser um clássico, enfim não me cativou. Porém recomendo muito os contos do Fitzgerald que são incríveis…