Revisão das metas de leitura e o que eu ainda quero de 2021
Por Márcia Lira em
Passamos da metade do ano. E o que foi 2021 pra você até agora?
Dia desses, consegui respirar, fazer um café e me dedicar algumas horas a rever os planos e projetos que fiz no começo do ano, ficar feliz com o que deu pra fazer, perceber e me frustrar um pouco sim com o que não saiu do lugar e repensar os caminhos pra o segundo semestre.
Até agora, 2021 foi um ano de muitos medos, e poucos sonhos no horizonte. Tentei manter o que estava sendo, ou até recuar em algumas áreas. Peguei Covid pouco antes de fazer meus tão imaginados 40 anos. A sensação é de que, com meus privilégios, sobrevivi.
Para isso, eu me agarrei aos livros em vários sentidos, nem sempre lendo.
Porque ao encarar a pergunta “se você não sabe quanto tempo mais tem, o que você faria agora?”, ler me parece um ótimo plano.
Ler, falar de livros, escrever sobre livros.
O principal parâmetro para revisar meus planos de leitura foi esse post, Plano de leituras: que livros ficarei feliz de ter lido até o final do ano? escrito no início de fevereiro de 2021 sobre as minhas metas e desejos para o ano.
Consegui desenhar esse plano de forma tão leve, que mesmo sem ter dado conta dele, passados esses 7 meses, ele ainda faz sentido.
E eu me orgulhei disso porque não senti aquele peso da frustração, que a gente já não merece em tempos normais, imagina nessa loucura que é viver em pandemia.
Lista original de janeiro de 2021 (com anotações)
- Ler a distopia 1984, de George Orwell // Ainda não li
- Na sequência, ler a trilogia 1Q84, do Haruki Murakami (que está comigo emprestada de uma amiga, então entra na prioridade) // Ainda não li
- Quero ler uma biografia, um gênero que quase não acolhi. Tudo indica que será o Mulheres Extraordinárias, da Charlotte Gordon, biografia dupla sobre a autora de Frankenstein, Mary Shelley, e sobre a sua mãe feminista Mary Wollstonecraft. // Ainda não li
- Leitura relacionada ao marketing digital (deve ser A Cauda Longa, de Chris Anderson). // Comecei, mas não cheguei à metade
- Uma escolha mais científica como A Origem das Espécies, do Charles Darwin, ou O Livro de Ouro da Mitologia, do Thomas Bulfinch. // Nada, mas comecei a ouvir o áudiolivro do Sapiens.
- De novo me encantar com um Saramago, que deve ser Todos os Nomes. // Ainda não li
- Ler um livro que tenha a ver com o fundo do mar, como Moby Dick, do Herman Mellville (esse tudo indica que lerei junto ao Clube Quero Morar Numa Livraria, da Paula Carvalho), ou 20 mil léguas submarinas, do Júlio Verne. // Estou acabando Moby Dick
- Outras leituras coletivas do clube, como A Casa dos Espíritos, da Isabel Allende. // Li e amei
- Narrativas policiais ou de terror, meu gênero favorito, pelo menos uns três livros. Escritores prováveis: Agatha Christie, Edgar Allan Poe, Raymond Chandler. // Li dois da Agatha Christie!
- Ler o primeiro Stephen King. Sugeriram: A Zona Morta ou O Iluminado. // Ainda não li
Livros lidos até julho/2o21
- Morte na Praia, Agatha Christie
- Relógio de Sol, Diogo Monteiro
- A Casa dos Espíritos, Isabel Allende
- O Peso do Pássaro Morto, Aline Bei
- O Amanhã Não está à venda, Ailton Krenak
- A morte do gourmet, Muriel Barbery
- A mão misteriosa, Agatha Christie
- Vocação para o mal, Robert Galbraith
Apesar de ter me empolgado demais com o desafio #30minutosdeleitura, incentivando a todos principalmente no Instagram, eu tive muitos lapsos, fases em que não conseguia ler nada.
Definhamento
Sobre essa dificuldade de ler e de produzir também, me identifiquei com o artigo do psicólogo Adam Grant, da Wharton School, que diz que há um nome para o nosso mal-estar na pandemia: definhamento.
“É um sentimento de estagnação e vazio. Parece que você está se arrastando pelos dias, vendo sua vida através de uma janela embaçada.”
– Adam Grant
É como ele explica neste artigo bem interessante, que vale a pena a leitura. É como se fosse algo no meio do caminho entre estar motivado e empolgado, e estar sentindo a impotência que a depressão traz. Não é nenhum, nem outro, você está definhando.
Você se identifica?
Então acho que definhei em vários momentos nessa pandemia, só segui a vida, fiz o que tinha que fazer, e em certos momentos não achei motivação para as coisas que eu mais gosto.
Para o segundo semestre, com tanta esperança que a vacinação tem trazido, espero conseguir me manter mais motivada, no fluxo.
Como uma boa geminiana com muitos interesses, uma das minhas prioridades é reduzir a carga mental, os projetos em que estou envolvida, as coisas a fazer para poder ter mais energia e paz. Inclusive para a leitura.
Plano de leitura refeito para o 2º semestre
E sobre a minha lista de desejos de leitura para este ano, tirei algumas coisas que não estão mais me fazendo vibrar de ler agora, e ficou assim:
- Ler a distopia 1984, de George Orwell
- Na sequência, ler a trilogia 1Q84, do Haruki Murakami
- Quero ler uma biografia, um gênero que quase não acolhi. Tudo indica que será o Só Garotos, da Patti Smith
- De novo me encantar com um Saramago, que deve ser Todos os Nomes.
- Terminar um livro que tenha a ver com o fundo do mar: Moby Dick, do Herman Mellville
- Ler um livro contemporâneo, provavelmente A Vegetariana, de Han Kang, ou Conversas entre amigos, de Sally Hooney
A ideia deste texto foi compartilhar um pouco do meu processo de repensar os objetivos e metas, inclusive literárias, porque as coisas mudam e vai dar mais motivação se a sua meta acompanha essas mudanças. Espero que tenha inspirado e curtido!
E você, como foram as coisas até hoje e como tá a previsão para este 2º semestre?
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