Personagens literários, em talento, lápis e papel
Por Márcia Lira em
Então eu estava lendo não um livro, mas a revista Piauí, quando me deparei com o perfil bem interessante do Yoshiharu Kawasaki. Yoshi, como chamam os colegas, é um desenhista de mão cheia e usa a sua arte em prol da lei. É retratista da Polícia Civil de São Paulo. Aos 47 anos, transforma lembranças de vítimas e testemunhas em pessoas, ajudando a capturar criminosos como o Maníaco do Parque (em 1998).
Na Flip de 2009, o “último retratista a fazer uso apenas do lápis e do papel” foi convidado pelo site O Livreiropara participar de uma experiência diferente. Fazer retratos falados de personagens da literatura, ouvindo as descrições dos leitores. Uma coisa fantástica, eu diria.
Primeiro por fazer pensar sobre essa construção visual que a gente faz de cada personagem – tão subjetiva que fica até difícil dividir com alguém. Depois, porque comprova como é uma impressão particular. Você pega as características físicas que o autor dá na obra, e as informações que não estão lá, é só preencher com imaginação.
http://youtu.be/R2r0sk7-m58
Tanto que no vídeo acima, um programa Entrelinhas com Yoshi, uma adolescente e um jovem descrevem a mesma Capitu, a dissimulada de Dom Casmurro, de Machado de Assis, e o resultado são mulheres bem diferentes. Há ainda representações da Diadorim de Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, e do Joseph K. de Kafka, em O Processo. Abaixo, o retrato falado é do Hans Castorp, de A Montanha Mágica, do Thomas Mann.
Na boa? Queria que o Yoshi, com esse talento todo, oferecesse esse serviço de materializar personagens. E se fosse pela internet, melhor ainda.
3 comentários
AUTOR
Márcia Lira
Márcia Lira. Jornalista. Social Media. Especialização em Jornalismo Cultural. Fundadora do Menos1naestante há 14 anos. E-mail: marcialira@gmail.com.
Né? Poxa, que massa um like <3 Ninguém nunca usa 🙂 hehehehe
Nossa, adorei o Hans Castorp! Li A montanha mágica a pouco tempo e fiquei com uma saudade….! mto bom =)
Gente, amei! Também adoraria ver esse retrato falado literário sempre.