Bibliotecas do Mundo – um espaço criativo chamado Oodi em Helsinque, na Finlândia
Por Suzana Valença em
Por Suzana Valença
A Biblioteca Central de Helsinque, batizada de Oodi (significa “ode”), é um paraíso para quem ama livros, mas também para quem curte espaços criativos em geral.
Estive na capital da Finlândia no final de julho e a Oodi foi um dos primeiros pontos que coloquei no roteiro quando estava planejando a viagem.
Sabe aqueles lugares que você já sabe que vai amar? Pois eu amei a Oodi mais até do que eu previa.
Recentemete, o espaço ganhou o prêmio de melhor biblioteca pública do ano de 2019. O 2019 Public Library of the Year award pela the International Federation of Library Associations (IFLA).
O lugar foi construído no ano passado, 2018, para comemorar o aniversário de 100 anos de independência do país. Que jeito lindo de celebrar uma data nacional, não é?
Por ser uma iniciativa pública e ter esse significado especial para a cidade, todas as estruturas e atividades que seriam disponibilizadas na Oodi foram decididos em consulta com a população local.
Eu disse “todas as estruturas e atividades” assim no plural porque, além de ser uma biblioteca, o lugar é também um centro que reúne diversas ofertas de serviços.
A Oodi conta com espaço de coworking, estúdio de música, TV e rádio, impressoras 3d, impressoras de plotagem, estúdio de costura, lugar para as crianças brincarem e até um cantinho para bebês dormirem!
Tudo que alguém pode precisar para trabalhar, estudar ou criar
No primeiro andar do prédio fica um café, o cinema e as estações de autoatendimento.
Dá para pegar e devolver livros sem falar com ninguém. (Aparentemente, os finlandeses são um povo caladão e não curtem perder tempo com conversa furada. Encontrei vários serviços automatizados pela cidade. Entretanto, todo mundo com quem eu conversei foi extremamente simpático).
Fui subindo as escadas para descobrir mais e, no segundo piso, encontrei a biblioteca em si. Lá, você vai encontrar livros, revistas, partituras e jogos de tabuleiro para pegar emprestado.
O espaço em si também é bem legal. Não entendo nada de arquitetura, então não sei explicar tecnicamente porque as estantes baixinhas, os sofás, as rampas e o teto torto passam uma ideia de modernidade e aconchego.
Do lado de fora, tem um terraço aberto com uma vista bem legal do bairro.
Subindo mais um pouquinho, se chega na área de trabalho. A cada nova descoberta eu repetia em pensamento “assim você já está pegando pesado, Finlândia”.
É no terceiro andar que ficam todas as opções de coworking e criação da Oodi.
Vi pessoas costurando, uma mulher explicando (em inglês) como funcionava o estúdio de fotografia, grupos de jovens esparramados nas escadas acolchoadas mexendo nos celulares, e uma plaquinha que dizia “reading room”, uma ideia que eu curti já de cara.
No final da visita, dei um pulinho no banheiro e cruzei com um homem saindo por onde eu ia entrar.
Claro que achei que estava no lugar errado mas depois descobri que o banheiro era misto. Misto mesmo.
O espaço parece com um grande vestiário. No meio, vários balcões com pias de diferentes alturas para adultos, crianças e cadeirantes, tudo no mesmo lugar. Nos cantos, os sanitários em cabines fechadas.
A Oodi abre dia de semana das 8 da manhã às 10 da noite, e sábado e domingo das 10 da manhã às 8 da noite.
Para chegar lá é só pegar o trem ou metrô e descer na estação central de Helsinque (Rautatientori).
Como eu estava perto, fui a pé pela Baana, a via expressa para pedestres e bicicleta que já é um passeio por si só.
Recomendo muito uma ida à Oodi para quem estiver em Helsinque.
Mesmo quem não souber falar finlandês (a língua é super difícil) e não for pegar nenhum livro emprestado, vale a visita para conferir o prédio e o parque ao redor, tomar um café no terraço curtindo a vista e, porque não, dar uma passadinha no banheiro.
Oodi Helsinki
Biblioteca Central de Helsinque (Finlândia)
Entrada gratuita
Site: https://www.oodihelsinki.fi/en/
Instagram: http:////www.instagram.com/oodihelsinki/
3 comentários
Bibliotecas e muita arte e cultura em um único lugar. É uma pena que nosso país não invista tanto em espaços assim em grandes centros. Tem a biblioteca Mário de Andrade, na República em São Paulo que tem algumas exposições, oficinas de arte em ao longo do ano, mas ainda é muito pouco.