7 livros que transformaram a minha vida | #instamission368
Por Márcia Lira em
Quando a gente leva a leitura a sério, fazer qualquer lista de preferências de livros tem o peso de uma missão impossível. Foi assim ao aceitar o convite e o desafio da #Instamission368 | Fotografe livros que transformaram a sua vida.
Depois eu me debrucei sobre a estante, abri ali, cheirei aqui, reli um trecho que marcou e o que era difícil acabou sendo um momento maravilhoso.
Parêntesis para quem não conhece, o @instamission é um projeto de Dani Arrais e Luiza Voll que estimula a produção de conteúdo na internet de uma forma reflexiva e inspiradora. Vale a pena seguir!
Cheguei a 7 livros que transformaram a minha vida.
É uma lista que representa bem a leitora que sou hoje, mas que teria sido muito maior se algumas leituras importantes não tivessem sido emprestadas de bibliotecas ou de amigos.
Como a saga maravilhosa Um Lugar ao Sol, de Érico Veríssimo, que também me marcou muito. São livros que me tiraram do meu lugar e me colocaram em outro, me fizeram viajar para outro país.
Tem casos que ajudaram a entender o que eu sentia, o que eu podia esperar, me fizeram agir diferente e pensar por outro viés. Me ajudaram a ter mais clareza sobre algumas situações.
Como ler pode ser tão fantástico?
1. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
Essa distopia explodiu a minha cabeça na época em que eu li, há muitos anos e nunca parou de vir à tona. Conta de uma sociedade ultraorganizada em que as pessoas são montadas in vitro de acordo com o papel que vão exercer.
Se vai ser um operário braçal, o quesito força e resiliência vêm à tona no laboratório. O sexo é obsceno e proibido e o amor é desnecessário. As pessoas tomam Soma, uma droga que elimina os riscos de emoções afloradas para manter o sistema intacto.
É um livro que me despertou o espírito crítico em relação ao progresso da sociedade, passei a ver vários aspectos por esse ponto de vista. Não é à toa que existem várias referências ao livro na cultura pop, como o álbum Brave New World, do Iron Maiden. (ver na Amazon).
2. O Conto da Aia, de Margaret Atwood
Quer um livro com uma história que mistura maestralmente feminismo e política? Então aí vai outra distopia incrível e foi uma experiência assustadora ler a obra às vésperas do Governo que temos hoje.
Publicado pela primeira vez em 1985, em O Conto da Aia foi criado um sistema para driblar a queda drástica nos números de nascimentos.
Por conta disso, entre as regras de opressão, os homens de alto escalão estupram mulheres férteis com frequência e na presença das suas esposas em rituais para geração de crianças.
As aias são prisioneiras das famílias com a missão de entregar a ela seus filhos.
Esse é um raro caso de tanto o livro como a série são incríveis, são obras que se complementam. Cada uma lança mais luz sobre certos aspectos da trama. Todo o hype em torno dessa obra é pouco. (Ver na Amazon)
3. O Andarilho das Estrelas, de Jack London
Um presidiário da penitenciária de San Quentin consegue escapar de sessões de tortura com camisa de força por meio de técnicas de projeção e concentração. E assim vive várias aventuras ao se deparar com suas vidas passadas.
A edição atual disponível nas livrarias desse livro não faz jus à obra do Jack London. A editora Do Conhecimento deu uma capa esotérica e horrorosa ao livro, o que faz parecer que é uma obra religiosa e não é bem assim.
Jack London tem uma escrita refinada e com ela a gente acompanha as aventuras do personagem principal, num misto de jornada de auto-conhecimento com a vivência de fatos histórias da humanidade. (Ver na Amazon).
4. A Paixão Segundo GH, de Clarice Lispector
Pra mim Clarice Lispector ainda é a mestra em dar voz ao grande mundo subjetivo que cada uma de nós mulheres temos.
Os livros da escritora são muito reflexivos e íntimos, cada história é uma viagem para dentro, capaz de transformar a forma de ver e sentir. Ainda não conheço alguém que coloque o feminino existencial em palavras tão bem como a autora.
Toda a obra dela é assim, mas como exemplo aqui temos A Paixão Segundo GH. (Ver as obras de Clarice na Amazon)
5. Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares
Seguindo a linha de pessoas e sentimentos, Jerusalém é uma miscelânea de personagens urbanos muito diferentes entre si e que têm uma vida difícil e que em algum momento se cruzam na cidade.
Conto melhor sobre esse livro na resenha Jerusalém: um livro para desencantar aqui no blog.
Quando eu li, senti que foi como ter uma amostra do que podem estar passando as pessoas ao meu redor. Da via crucis de cada um, das suas motivações e esquisitices. É um livro para quem gosta de tentar entender o humano. (Ver na Amazon)
6. A Insustentável Leveza do Ser, do Milan Kundera
Ler esse livro foi como levar uns safanões para acordar para a vida sobre a complexidade do amor, dos relacionamentos, das expectativas que se coloca no outro.
A Insustentável Leveza do Ser é uma história amorosa de idas e vindas que acontece na cidade de Praga. Isso faz diferença porque a cidade faz parte das cenas e por conta disso um dos meus sonhos é conhecer a cidade europeia.
Então não tem como passar por esse livro sem ficar com algo guardado. (Ver na Amazon)
7. Os Homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson
Esse livro simboliza na minha lista toda a minha paixão pela trilogia Millenium porque com ela eu descobri um gênero literário que amo, que é o de investigação policial.
Para saber mais, recomendo a resenha Trilogia Millenium: viaje pra Suécia, ame uma hacker perigosa e esqueça de dormir.
São livros que transformaram a minha vida de leitora.
Isso é importante para um leitor descobrir porque quando a gente entra naquelas ressacas literárias brabas, você já sabe o tipo de livro que vai fazer as leituras fluírem novamente.
(Veja os livros Millenium na Amazon).
Que você achou da minha lista, você já leu algum? Eu adoraria saber nos comentários quais livros transformaram a sua vida.
3 comentários
Deixe um comentário