Em 1953, Fahrenheit 451 criticava a redução dos clássicos
Por Márcia Lira em
Clássicos reduzidos para se adaptarem a programas de rádio de 15 minutos, depois reduzidos novamente para uma coluna de livro de dois minutos de leitura, e, por fim, encerrando-se num dicionário, num verbete de dez a doze linhas. Estou exagerando, é claro. Os dicionários serviam apenas de referência. Mas, para muitos, o Hamlet, certamente você conhece o título, Montag; provavelmente a senhora ouviu apenas uma vaga menção ao título, senhora Montag, o Hamlet não passava de um resumo de uma página num livro que proclamava: Agora você pode ler finalmente todos os clássicos; faça como seus vizinhos. Está vendo? Do berço até a faculdade e de volta para o berço; este foi o padrão intelectual nos últimos cinco séculos ou mais.”
A atualidade das distopias escritas no meio ou até no começo do século é sempre surpreendente, por mais que seja batida. É incrível que, já em 1953, ano de publicação de Fahrenheit 451, Ray Bradbury estivesse incomodado com a desvalorização das grandes obras da literatura, de forma a colocar isso na boca de um personagem. O trecho me fez lembrar dos milhares de resumos dos clássicos que você encontra na internet, muletas certas para alunos “obrigados” a ler Machado de Assis, José de Alencar, Guimarães Rosa, etc. E ainda da adaptação dessas e outras grandes obras para os quadrinhos. Não que eu seja contra, adoro quadrinhos – inclusive minhas estreias como leitora foram com A Turma da Mônica. Mas é importante que resumos e adaptações facilitadas sirvam de iscas para as obras originais, precisam vir acompanhadas com a mensagem da importância de ler os clássicos.
O livro é a minha leitura atual, com aquele quê de como é que eu não li esse livro antes? (bem que uma amiga disse). Tô achando a história fantástica, e depois venho contar mais pra vocês.
Imagem de Act of Acadia, daqui.
3 comentários
Uau menina! Te encontrei aqui por acaso. Comecei procurando uns aparadores de livros pra comprar e, no meio dos anúncios, encontrei o link pra esse blog onde descobri um monte de aparadores pra lá de originais. Tive então a curioosidade de olhar com mais vagar o site. Descobri que na verdade, ele é um blog. E o pior, é que depois, terminei descobrindo que, ao que tudo indica, você parou de escrever nele. (tomara que não).
Mas, o melhor de tudo, é que no final, descobri que tu moras aqui em Recife e deve ter ou já teve ligação com algumas pessoas que conheço. Na Folha, tenho um conhecido que foi fotógrafo de lá. É o Wagner Ramos. Será que tu o conheces? No Diario sou muito amigo de uma pessoa que trabalhou lá por muito tempo. Lena. Parece que o nome dela era Marilene Mendes mas, não tenho certeza. E tem uma outra pessoa, que esse provavelmente você conhece ou conheceu que ainda trabalha lá no setor de informática. Diego Lilioso é o nome dele.
Ufa! Depois eu falo mais pois nem sei se você vai ler esse comentário. Um abraço e parabens pelo blog.
Ah! E ia me esquecendo. Esse livro, Fahrenheit 451 é maravilhoso e o filme, melhor ainda!
http://verdadesdeumser.com.br