O Google Maps da literatura e da compra de livros
Por Márcia Lira em
Quase todo livro tem um canto no mundo. Um país, uma cidade, uma região. E os livros sempre contam muito dos lugares. O negócio é que eu sou muito mal localizada, ruim de gravar referências e pouco senso de direção, é fato. Talvez por isso, nunca tenha me concentrado muito nas informações que as obras exibem dos lugares onde suas histórias acontecem. Até a última viagem que fiz: em Paris tudo o que eu queria era ler algum livro que acontecesse na cidade. Encontrei altos títulos pega-turistas – sinal de que todos os leitores tinham a mesma brilhante ideia que eu. Mas tudo se perdoa em Paris.
Foi uma época que coincidiu com a leitura do Travessuras da Menina Má, de Vargas Llosa, onde os lugares são personagens vivos de tanta importância que têm. Peru, França, Japão, a trama passeia e é como se a gente viajasse junto. Desde então, passei a ficar bem mais atenta ao lugar da literatura. E tenho achado uma delícia. Se eu nunca visitei, fico com vontade de ir explorar o lugar onde “aconteceram” os fatos, e se eu conheço, posso comparar com a minha experiência.
É aí que entra o Google, porque o Google sempre entra nas coisas. Imagina que você vai viajar no segundo semestre, que tal curtir desde já com algum livro? Dentro do Google Maps, foi criado um Mapa de livros e lugares, uma ferramenta colaborativa onde estão sendo marcados os espaços da literatura. Estão lá registradas obras que se passam no mundo todo, e você pode contribuir também. No Brasil, por exemplo, há vários marcados, como Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
Como estamos falando de geolocalizar a literatura, outra coisa interessante é o serviço The Book Depository Live, da maior loja online de venda de livros da Inglaterra, a Book Depository, pertencente à Amazon. Por meio de um mapa atualizado em tempo real, a ferramenta informa que livro acabou de ser comprado e de onde é o leitor. Se deixar, você fica na frente do mapa vendo que “someone in Australia bought Are you ready to play outside?” ou que “someone in Chile bought The Hunger Games” por um bom tempo. Aguça a imaginação.
A ferramenta mostra que as pessoas podem até não estar lendo tanto, mas comprando livros elas estão, e muito.
Dica de Catarina. Imagem de Will Lion.
3 comentários
AUTOR
Márcia Lira
Márcia Lira. Jornalista. Social Media. Especialização em Jornalismo Cultural. Fundadora do Menos1naestante há 14 anos. E-mail: marcialira@gmail.com.
Você se confundiu: Travessuras da menina má se passa no Peru, não no Chile. A única referência ao Chile são "as chilenitas".
Bem divertido esse mapa das compras em tempo real.
[…] Vimos no Menos um na estante […]