Flipbooks, garranchos, imaginação e afeto
Por Márcia Lira em
Um dia meu pai disse que sabia fazer os personagens das revistinhas em quadrinhos andarem. “De verdade? É!”. E eu gostava muito de histórias em quadrinhos, as de menininhas mesmo, tipo Turma da Mônica, Tio Patinhas. Comecei logo a imaginar o Pateta, o Mickey, a Mônica, saindo de dentro das revistas e andando atrás de mim, em preto-e-branco, bem pequenininhos, para onde quer que eu fosse.
Devia ter uns oito anos. Bem grandinha pra saber que era impossível, mas ainda pequena para desacreditar por completo. Eu devia estar enchendo muito o saco do meu pai. Então depois de me adiar mostrar essa façanha o dia inteiro, de noite ele pegou um bloco de papel e desenhou nas pontinhas de cada folha, um boneco garranchado – daqueles que todo mundo faz – em posições diferentes, e começou a passar as folhas. Ah, era isso?
Eu fiquei muito p. da vida!
Hoje, fico rindo da minha imaginação. Dia desses, encontrei essa brincadeira versão industrializada na Livraria Cultura. Era um livrinho tipo cinema em movimento, uma história contada pela passagem de páginas. Esqueci o nome, mas é uma graça. Comprei e dei para o meu pai.
Então foi todo esse afeto que esse vídeo me despertou. Para completar, Sonic foi um dos poucos games que eu zerei na vida.
Vi no LikeCool
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